sábado, 22 de março de 2014

EDUCAÇÃO ESCOLAR DE PESSOAS COM SURDEZ – ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO EM CONSTRUÇÃO


Cursista: Ângela Maria Cavalcante Souto

 Polo: Boa Vista-RR

 
A surdez durante muito tempo tem sido tema muito discutido entre os gestualistas e oralistas, visto que, as pessoas com surdez não eram vistas como seres humanos, por falta do uso da linguagem oral que era o normal da de todas as pessoas durante muitos anos essas discussões geraram desconforto e atraso para as pessoas com surdez era sua linguagem, do que seria mais adequado ensinar a essas pessoas, gestos ou oralidade e com isso a pessoa com surdez deixava de desenvolver seu potencial individual e coletivo, deixando de exercer sua verdadeira identidade para praticar a linguagem da comunidade ouvinte da qual fazia parte. Entretanto, a Política Nacional de Educação Especial, numa perspectiva inclusiva veio para quebrar esses paradigmas que separam pessoas com ou sem deficiência, pois acreditamos n nessa nova política quando afirma que:

 Não coadunamos com essas concepções que dicotomizam as pessoas com ou sem deficiência, pois, antes de tudo, por mais diferentes que nós humanos sejamos, sempre nos igualamos na convivência, na experiência, nas relações, por sermos humanos. Mirlene e Josimário Ferreira (2010).
   O que se espera é que a pessoa com surdez tenha pleno desenvolvimento cognitivo no bilinguismo, e que para isso não.
   Seja vista como estrangeira em seu próprio país, apesar de muitos estudos e discussões, há muito ainda o que fazer nesse campo de conhecimento. É importante lembrar que, a educação especial na perspectiva inclusiva rompe fronteiras, território, quebra preconceitos e procurar dar inúmeras possibilidades sociais, afetivas e educacionais, a pessoa com surdez. Ressaltamos que mais importante que uma língua para pessoas com surdez é estar em ambientes educacionais estimuladores, desafiadores que possibilitem o exercício do pensamento e o desenvolvimento de sua capacidade perceptivo-cognitiva.

                       Atendimento Educacional Especializado para pessoas com surdez
O Atendimento Educacional Especializado, na perspectiva inclusiva deve ver a pessoa com surdez, como um ser capaz com potencialidades e capacidades, acreditando em seu pleno desenvolvimento de aprendizagem e respeitando suas diferenças e garantias legais, que determinam o direito a uma educação bilíngue. Como afirma Kozlowski (1998).
  A Proposta Bilíngue não privilegia uma língua, mas possibilita ao indivíduo surdo à utilização de duas línguas; portanto, não se trata de negação, mas de respeito; o indivíduo escolherá a língua que irá utilizar em cada situação no seu cotidiano e espaço em que se encontrar. Esta proposta leva em consideração as características dos próprios surdos, incluindo a opinião dos surdos adultos com relação ao processo educacional da criança surda.
  O Atendimento Educacional Especializado está dividido em três momentos pedagógicos e deve ocorrer para atender o aluno com surdez levando-o a participar das atividades realizadas em sala de aula e fora dela, dando liberdade de escolha para o estudante usar a língua de acordo com a necessidade.
  O Atendimento Educacional Especializado para o ensino em Libras: ocorre no horário oposto da aula da sala comum, o professor deve ministrar as aulas de acordo com o plano do professor da sala de aula comum e com antecedência para que o aluno possa acompanhar o conteúdo explicado pelo professor. As aulas devem ser ministradas coma utilização de recursos visuais variados e em casos abstratos recorrer a outros recursos, como teatro.
  O Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Libras: este ensino deve ocorrer no horário oposto ao que o aluno estuda e de acordo com o conhecimento que o mesmo possui a respeito da língua de sinais e ministrado preferencialmente por professor com surdez, pois oferece ao aluno com surdez melhores possibilidades do que o professor ouvinte, pois esse contato favorece a naturalidade no processo de aquisição da língua. É importante o uso de recursos visuais que visem maior compreensão do conteúdo. O professor do AEE deve realizar a avaliação processual do aprendizado do aluno para verificar o desenvolvimento e a aprendizagem dessa língua.
  O Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa, depois de muitas discussões polêmicas hoje é direito do aluno com surdez aprender a língua portuguesa como segunda língua, pois prepara o aluno com surdez não apenas ler a própria realidade do mundo, mas falar do outro sentido. Esse atendimento acontece nas salas multifuncionais e em horário diferente ao da sala de aula comum e ministrado preferencialmente por uma professora formada em Letras com conhecimentos linguísticos e teóricos que norteiam o trabalho desse ensino.
 Enfim a Escola e o sistema educacional devem proporcionar todas as condições para o pleno desenvolvimento da pessoa com surdez nos aspectos cognitivos, sócio afetivo e profissional já que são cidadãos de direitos e que possuem tão somente uma limitação na audição e consequentemente na linguagem e que, portanto tem todo um potencial a ser desenvolvido.
O AEE fará toda diferença na vida da pessoa com surdez, se for realizado de forma correta e por profissionais compromissados e com formação adequada para este fim.